domingo, 17 de fevereiro de 2013

Carnaval de Angola

Representação da Espontaneidade do Povo e Diversidade Cultural

Sessão: Guia de Angola
Pelas ruas das capitais de todas as províncias do país desfilaram grupos e foliões, manifestando através de danças e cânticos a alegria de viver. O Carnaval de Angola, tem o condão de representar a espontaneidade do povo e também a diversidade cultural dos vários grupos etnolinguísticos que se espalham pelo território nacional.




Por isso, não existe uma matriz comum a todas as regiões e a mediatização do Entrudo não é equitativa. Luanda, Namibe, Cabinda e Benguela, são os grandes palcos de disputa carnavalesca. Nestas cidades, todos os anos os grupos se esmeram para agradarem ao público e convencerem o jurado que dita a classificação final para a atribuição de prêmios que, ano após ano, vão se tornando cada vez mais aliciantes. Mas, é na capital do país onde se assiste à maior movimentação em torno do Carnaval e este ano não fugiu a regra.




A Avenida 4 de Fevereiro (Marginal de Luanda), voltou a ser o cenário para receber os três desfiles competitivos do Carnaval de Luanda. A festa começou no dia 10 de Fevereiro, com a apresentação de 11 grupos infantis, naquilo que é considerada a Classe C. O viveiro do Carnaval. Em tarde de sol aberto, um número considerável de pais levaram os seus filhos para apreciar a exibição dos grupos infantis oriundos dos municípios da Ingombota, Kilamba Kiaxi, Samba, Cazenga, Sambizanga e Maianga.
Os pequenos bailarinos, figurantes e instrumentistas dos grupos infantis, entraram desinibidos e arrancaram muitos aplausos do público presente, tornando de certo modo embaraçoso o trabalho de avaliação do corpo de júri liderado pelo cantor e jornalista Dom Caetano e composto por uma série de especialistas de áreas de representação artística e promoção cultural. A Marginal voltou a ter o trânsito de automóveis interrompido no dia 11 de Fevereiro, por volta das 16 horas, para dar lugar ao desfile da Classe B. Aquela que dá espaço aos aspirantes ao desfile principal do ano seguinte.



Catorze grupos, apresentaram-se para a contenda fazendo recurso aos principais estilos de dança do Carnaval de Luanda; Semba, Kabetula e Kazukuta. As coreografias e as alegorias caricaturavam de forma crítica aspectos do quotidiano luandense e também a satisfação pela paz alcançada há aproximadamente seis anos. Os grupos da Classe B, para além de ambicionarem a subida para o escalão A disputavam os cinco lugares cimeiros que continha um pacote de prêmios na ordem dos 40 mil dólares.

Neste lote de grupos participantes destacava-se o ressurgimento do União Angola Independente que já teve o mérito de conquistar três títulos do desfile da classe A do Carnaval de Luanda. Foi um espetáculo marcado pela presença de pouco público apesar de se registar naquele dia o cumprimento de mais um feriado nacional, em função das comemorações do dia do início da luta armada. Mesmo assim, os grupos apresentaram-se no máximo da sua força e procuraram não deixar ficar mal quem resolveu estar presente para acompanhar e aplaudir os grupos que saíram à rua naquela tarde de segunda-feira.

Disputa renhida no desfile central



Às 16 horas e 30 minutos de terça-feira, 12 de Fevereiro, foi dada a ordem para o início do desfile central do Carnaval de Luanda. Na tribuna principal o Presidente da Assembleia Nacional, Roberto de Almeida, trajando vestes informais, representava o chefe de estado Angolano. Ao seu lado, marcaram presença o Presidente do Tribunal Supremo, Cristiano André, o Primeiro Ministro, Fernando da Piedade Dias dos Santos, o Ministro da Cultura, Boaventura Cardoso, a Governadora Interina da Província de Luanda, Francisca do Espírito Santos e o Presidente da Associação Provincial do Carnaval de Luanda, Paixão Júnior.


Na pista asfáltica uma imagem colorida pelas vestes dos integrantes dos grupos carnavalescos perfilados de forma ordeira, cobrindo um horizonte visual entre o comando a Marinha de Guerra até a Ponte da Ilha. Os momentos de animação começaram com a exibição do Bloco Sol. Um grupo formado por percussionistas e bailarinos de diversos agrupamentos com actividade artística regular, sabiamente comandados pelo músico Sebastião Vicente “Santocas”. A interpretação de canções históricas que marcaram o Carnaval ao longo dos últimos trinta anos, acompanhadas pelas batidas dos batuques, latas e apitos, criaram a motivação adequada para quem ansiava pelo desfile competitivo que, começou ao ritmo da Kazukuta do Sambizanga.



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